Cristianismo e Socialismo ou é, possível servir a Deus e a mamom?
Uma grande amiga perguntou-me
qual a fundamentação da afirmação na imagem postada em minha linha do tempo no
Facebook.
Bem, para começar, vamos estabelecer conceitos. O Socialismo é uma fase intermediária entre o Capitalismo e o Comunismo, durante a qual o Estado se encarrega de endoutrinar a sociedade para atingir o objetivo final, a ditadura do proletariado. Nesse ponto, o próprio proletariado passa a gerir os meios de produção e o Estado deixa de ser necessário, extinguindo-se gradualmente.
Ah, sim, nunca houve um verdadeiro sistema comunista em funcionamento, em nenhum país do mundo. O que houve e o que ainda há é o socialismo ou a tentativa dele. Nunca passaram da fase de transição. Afinal, quem detém o poder absoluto, jamais abrirá mão deste poder, permitindo a extinção do Estado.
Dito isto, vamos examinar
alguns documentos da Cúria Romana sobre o assunto. Note-se que esta discussão não é nova, remonta ao século XIX.
Em 1846, dois anos antes de Karl
Marx e Friedrich Engels publicarem o Manifesto do Partido Comunista, o Papa Pio
IX, na encíclica Qui Pluribus, declara: “Para aqui tende essa doutrina nefanda
do chamado comunismo, sumamente contrária ao próprio direito natural, a qual,
uma vez admitida, levaria à subversão radical dos direitos, das coisas, das
propriedades de todos e da própria sociedade humana”.
Após Pio IX, outros papas, em
outras encíclicas, condenariam o comunismo. Em 1937, o Papa Pio XI, na
encíclica Divini Redemptoris, analisa o materialismo evolucionista de Marx,
aponta o liberalismo (também chamado progressismo) como facilitador do
comunismo. Aponta as tragédias ocorridas na Rússia, no México e na Espanha, por
conta da ideologia marxista.
Pio XI também refuta a pregação
de bolcheviques e ateus que apresentam o comunismo como o “novo evangelho e
mensagem salvadora de redenção”, oposto à doutrina cristã da Revelação Divina e
à razão humana; sistema que, por destruir os fundamentos da sociedade,
subverter a ordem social... que rejeita enfim e nega os direitos, a dignidade e
a liberdade da pessoa humana.
Não sem razão, Pio IX e Pio XI acusam
o comunismo de subverter a ordem natural da sociedade. Recorrendo ao Manifesto
Comunista:
“A história de todas as sociedades que
existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes”.
“Homem livre e escravo, patrício e plebeu,
barão e servo, mestre de corporação e companheiro, numa palavra, opressores e
oprimidos, em constante oposição, tem vivido numa guerra ininterrupta, ora
franca, ora disfarçada; uma guerra que terminou sempre, ou por uma
transformação revolucionária, da sociedade inteira, ou pela destruição das duas
classes em luta”.
“A sociedade divide-se cada vez mais em dois
vastos campos opostos, em duas grandes classes diametralmente opostas: a
burguesia e o proletariado”.
A luta de classes, segundo Marx,
é visceralmente humana. Não há, segundo ele, momento na existência das
sociedades em que não houvesse dita luta.
Vejamos como o marxismo entende a
família.
“A burguesia rasgou o véu de sentimentalismo
que envolvia as relações de família e reduziu-as a simples relações monetárias”.
Se a burguesia é acusada por Marx
de reduzir a relação familiar a simples relação monetária, por outro lado, o
marxismo propõe a extinção da família “burguesa”, que seria devidamente substituída
por uma “família” reduzida a simples relações sexuais.
“Nossos burgueses, não contentes em ter à
sua disposição as mulheres e as filhas dos proletários, sem falar da
prostituição oficial, têm singular prazer em cornearem-se uns aos outros”.
“O casamento burguês é, na realidade, a
comunidade das mulheres casadas. No máximo, poderiam acusar os comunistas de
querer substituir uma comunidade de mulheres, hipócrita e dissimulada, por
outra que seria franca e oficial”.
Neste ponto, podemos afirmar que
não houve equívoco da parte de Marx. Houve, sim, má fé. Richard Wurmbrand
(1909-2001), escritor e pastor evangélico romeno, que reuniu os escritos de
juventude de Marx, cita uma sentença de fundamental importância para a
compreensão dos objetivos marxistas: “Desejo me vingar d’Aquele que governa lá em
cima. Meu objetivo na vida é destronar Deus e destruir o capitalismo”.
A supressão dos direitos de Deus e do homem é, assim, o objetivo final de Karl Heinrich
Marx.
Mas Marx não trai apenas os
ideais cristãos. Nascido Moses Mordecai Levi, seu verdadeiro nome judeu, ele
trai também o seu próprio povo de origem. Afinal, o Deus dos cristãos é o mesmo
Deus de Abraão, Isaac e Jacó.
Na verdade, todo o sistema marxista é voltado para a demolição da moral
judaico-cristã, um dos pilares da civilização ocidental. Destruída a família,
cai a moral conservadora e em seu lugar são institucionalizados os
comportamentos progressistas.
De uma civilização ocidental baseada na moral judaico-cristã,
passaríamos a uma “civilização” baseada nos comportamentos ditados pelo estado
coletivista anticristão.
Em 1949, durante o papado de Pio
XII, no contexto das eleições gerais italianas, diante da coalisão de
socialistas e comunistas que visava derrotar Democracia Cristã, comandada por
Alcide de Gasperi, o Santo Ofício, hoje chamado de Congregação para a doutrina
da Fé, publica o Decreto contra o Comunismo, confirmando a excomunhão
automática ipso facto (ou latae sententiae) de todos os católicos
que, conscientemente, defendessem abertamente o comunismo ou colaborassem com
organizações comunistas e afins, tornando-se, dessa maneira, em apóstatas.
Sem querer estender, nem esgotar
o assunto, muito menos prosseguir em uma discussão teológica, gostaria de citar
o exemplo do Holodomor (em ucraniano: Голодомор
– a Grande Fome). Recomento o site http://www.holodomorct.org/history.html,
sobre o assunto. Resumidamente:
“A questão é a seguinte: se temos pão, temos
poder soviético. Se não temos pão, o poder soviético acabará por desaparecer. Atualmente,
quem tem o pão? São os camponeses ucranianos reacionários e os cossacos reacionários
do Kuban. Não no irão dar o pão de livre vontade. Terá de lhes ser retirado”.
Viatcheslav Molotov, dirigente da
Internacional Socialista e membro do Politiburo
Final de 1932. Stalin ordena a
seu associado Lazar Kaganovitch que feche as fronteiras da Ucrânia e confisque
todos os grãos da safra e implemente um sistema de caderneta de alimentação –
ao estilo da ainda existente em Cuba – para os camponeses “reacionários”. No
inverno de 32/33, ucranianos estavam morrendo à razão de 25.000 por dia. Mais da
metade era de crianças. O Holodomor terminou com 10 milhões de ucranianos
mortos pela fome. Em 28 de novembro de 2006, o Verkhovna Rada (Parlamento da
Ucrânia) aprovou um decreto definindo o Holodomor como um Ato deliberado de
Genocídio.
Para aqueles que se interessarem
em se aprofundar no conhecimento da barbárie comunista, um bom começo é a
aquisição do filme The Soviet Story, no site http://www.sovietstory.com/.
O Livro Negro do Comunismo –
Crimes, terror e repressão, disponível para download aqui,
contabiliza mais de 100 milhões de mortes causadas por esse sistema que tenta
criar uma sociedade igualitária por meio da mão forte do Estado. Boa leitura.
Por isso, cristão que se diz socialista é como judeu que se diz nazista. Bem, Moses Mordecai Levi era comunista.
Mas é sabido que Marx declarou a Engels que nunca foi marxista.
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